sexta-feira, abril 20, 2012

VAI SER PERFEITO LÁ LONGE!



Para ilustrar um ponto, em aula, perguntei a um aluno:

– Você quer casar comigo?

– Claro que não – ele foi pronto.

– Por quê?

– Porque já sou casado!

Ah! Se não fosse... Depois do contraponto aposto e feita a graça, continuei a explicação. O ponto era uma pergunta anterior: casar é um bom alvo? Já havia definido os termos da ideia baseados na proposição de que um bom alvo tem de ser possível de ser atingido e possível de ser mantido. Menos do que isso, seria um alvo frustrável e, portanto, um mau alvo. Casar, como seguia o exemplo acima, não é um bom alvo porque é coisa que depende do assentimento de alguém mais – e muita gente tem ouvido o não! Também é coisa que pode ser interrompida por uma dureza de coração ou pela bruxa da viuvez.

– Ter bastante dinheiro seria um bom alvo?

– Se for merecido e servir à generosidade, sim – disse outro aluno.

Ainda assim, nem sempre conseguimos riquezas e sequer podemos garantir sua permanência; a traça e a ferrugem corroem, diz a Bíblia; e o Collor confisca, experimentamos.

– E ser perfeito, é um bom alvo?

– Ah! Isso é – responde a turma em desafino!

– É coisa possível?

– Bem, isso não é, pois ninguém é perfeito... – adianta um, meio manhoso.

– “Anda na minha presença e sê perfeito”, disse o Senhor a Abraão – obtemperou uma voz feminina.

– Paulo disse que prosseguia para o alvo da perfeição – falou alguém estimulado pela voz anterior.

Para fazer curta a longa discussão, o certo é que ser perfeito é um mau alvo porque ninguém será perfeito nesta vida (e quem o disser já terá frustrado o alvo por meio do autoengano – ver 1João 1.8) senão o perfeito Filho de Deus e do homem, Jesus. O que Paulo disse, em Filipenses 3.12-14, foi que ele mesmo não havia alcançado ou recebido a perfeição, mas que prosseguia para o alvo possível de ser obtido e mantido, que é a perfeição de Cristo, para a qual fomos chamados em Cristo! Assim, a deixa levou ao segundo ponto.

– Qual seria um bom alvo em relação a todas essas coisas referidas?

As respostas vieram rápidas:

– Hum... ah... her...

– Her... hum... ah...

– Ah hum her...

– Se perfeição não é um bom alvo, como é que Deus tem esse alvo? – declarou um de modo ad baculum.

– Simples que nem pão com queijo: Deus é perfeito porque é a própria perfeição. Para ele, nossa perfeição é alvo possível e possível de ser mantido. Ele mesmo prometeu por meio de Paulo: “Estou plenamente certo de que aquele que começou boa obra em vós há de completá-la até ao Dia de Cristo Jesus” (Filipenses 1.6).

Aí, para prosseguir a explicação, vieram as questões, meio historietas: “Quantos saltos perfeitos deverá proceder um paraquedista perfeito a fim de manter a perfeição?”

– Todos, ué! – disse um paulista.

– E quantas vezes o funambulista (o da corda bamba, ô meu) poderá cair e continuar sendo fiel?

– Nenhuma, uai! – disse o mineiro quase em silêncio.

– Na verdade, quantas vezes quantas ele voltar ao arame para prosseguir.

O fato é que, se tudo vem de Deus que efetua nossa vontade e sua realização, dele é a perfeição e a fidelidade. Se formos infiéis, ele permanece sendo fiel – e bondoso. Assim, a fim de alegrar o coração dos casados e casadouros, dos operosos que almejam o resultado do seu trabalho, e dos que visam sabiamente a perfeição de Cristo, aqui vai mais uma: essas bênçãos maravilhosas de Deus são excelentes desejos. Casamento é bom desejo, trabalho é bom desejo, ser perfeito é bom desejo. Quem encontra uma esposa acha o bem, quem é prestimoso no trabalho e sábio na administração dos bens (só cuide de se guardar do amor do dinheiro, como disseram Tiago e Pedro) alcança justo valor, e quem segue o caminho do Senhor revelado na sua Palavra guiada pelo Espírito, recebe sua recompensa! Na verdade, essas e outras bênçãos residem em Cristo, o qual, habitando em nossos corações e mentes, leva-nos ao alvo da perfeição: “vós sois dele, em Cristo Jesus, o qual se nos tornou, da parte de Deus, sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção, para que, como está escrito: Aquele que se gloria, glorie-se no Senhor” (1Coríntios 1.30-31).

 – Então professor, como é que fica?

Fica assim: nós seguimos os alvos de Deus e ele satisfaz os desejos do nosso coração: “Confia no Senhor e faze o bem; habita na terra e alimenta-te da verdade. Agrada-te do Senhor, e ele satisfará os desejos do teu coração. Entrega o teu caminho ao Senhor, confia nele, e o mais ele fará” (Salmo 37.3-5).

– Ô professor, a lei da graça é perfeita, não é? Dá até vontade de ser fiel! – disse um, e na cola veio o outro:

– Vai ser perfeita lá longe!

Wadislau Martins Gomes

WHAT'S IN A NAME?

O que há num nome? Se chamarmos uma rosa
Por qualquer outro nome, ainda haverá o perfume...
Shakespeare, Romeo e Julieta, 1600.

Depois de tempo rejeitando a idéia de usar Facebook, aderi – e estou gostando dos contatos renovados e da possibilidade de comunicar a graça de Jesus a novos e velhos amigos. Entrei no site de uma amiga que conheci quando adolescente e nunca mais vi, e constatei que seu nome (para mim sempre incógnita porque em dinamarquês) significa “Mulher de Respeito”. Fiquei pensando no que está embutido, inserido, sugerido e proclamado no nome das pessoas amigas.

A começar com o meu. Diz a lenda familiar dos Stowell Charles que, depois que nasci e que constataram que eu não era o tão esperado “David”, minha mãe queria me nomear “Faith” – algo precioso para ela e que o seria para mim, mas soava meio esquisito: “Olá Fé... Vem cá, Fé...” – e meu pai queria dar o nome de sua irmã mais velha: Olga (certamente isso me taxaria para sempre de alemoa batata). Os dois fizeram um acordo e me deram o nome Elizabeth, “Consagrada a Deus” – o que haviam feito antes de eu nascer e que confirmei muitas vezes ao Senhor – Aquele que me elegeu antes de eu ser projeto de gente, antes mesmo de o mundo existir.

Tenho diversas xarás que são minhas amigas queridas – na maioria, irmãs em Cristo. E tenho irmãs e irmãos com os mais diversos nomes, todos importantes, nenhum dos quais é feio. Levamos em conta a diversidade de línguas deste planeta e de atribuições que cada língua tem à compreensiva sonoridade ou estética cultural e...

Um filho meu, pequenino ainda, perguntou-me:

– Por que a vovó tem o nome de Xixi?

– Como?

– Ela não chama Ulina? – justificou o projeto de Cebolinha quanto ao nome poético da minha segunda mãe, Eulina.

Um sobrinho perguntou:

– Por que me chamam de Mau(rício)? Deviam me chamar de Bomrício.

Ou a classe de escola dominical dos baixinhos que recebeu a menina recentenmente vinda da Inglaterra, de nome nobre: Fiona – e caiu na risada por receber uma coleguinha de nome Feiona. Ou então, vindo de outro país, um médico amigo que se chamava Fedor. Ou Sara, minha cliente de biblioteca pública nos Estados Unidos, proveniente de Israel, de sobrenome Shitlip (que não ouso traduzir porque essas coisas “nem se nomeiam entre vós” haha!). Ficamos sabendo que a cidade em que vivemos, onde vivem muitos imigrantes coreanos, tem nome que na língua deles soa muito feio.

Todos temos amigos que odeiam o nome porque parece não “caber” com a cara. Por exemplo, uma tia de meu marido foi sempre conhecida como “Elvira”, apesar da certidão de nascimento constatar que era “Lorízia” (ali tem outra lenda familiar de marido querendo um nome e a mulher escolhendo outro...).

Grande maioria das mulheres ainda muda de nome acrescendo o sobrenome do marido no casamento. Conheço até quem, homem, assumiu o sobrenome da mulher – por ser ela mais conhecida e querida na sociedade em que estavam inseridos.

Alguns grupos brasilíndios evitam dizer o próprio nome, para este não ser mal usado pelos espíritos. Brasileiros e gringos, gregos, troianos e curdos – usam mal os nomes de seus semelhantes, e tomam em vão o Nome do Soberano Senhor, o que é infinitamente pior.

Na Bíblia, de Gênesis a Apocalipse, os nomes têm grande importância. Falam dos atributos das pessoas. Jacó foi chamado de Israel. José foi chamado de Zafenate Panéia, pelos egípcios quando se tornou governador. Daniel e seus amigos foram nominados com nomes babilônicos: Beltessazar, Sadraque, Mesaque e Abede-nego – e conquanto recusassem as iguarias do rei pagão, não recusaram os nomes da nova cultura.

O profeta Isaías, que teve um filho de nome Rápido Despojo Presa Segura – o tipo de nome e situação que só desejaríamos dar a um inimigo – falou seiscentos anos antes de acontecer, de um Menino de múltiplos e sublimes nomes: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz, Jesus e Emanuel.

Este Jesus orou por nós pedindo ao Pai: “Guarda-os em teu nome” (João 17.11). No nascimento da igreja ouvimos logo que “todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo” (Atos 2.21) porque “abaixo do céu não existe nenhum outro nome dado entre os homens pelo qual importa que sejamos salvos” (Atos 4.12). Seríamos odiados por causa do seu nome (Marcos 13.13) e batizados “em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo” (Mt 28.18-20). Deus exaltou o Senhor Jesus para que ao seu nome se dobre todo joelho no céu, na terra e debaixo da Terra (Filipenses 2.21). Hoje, o cristão faz tudo em nome de Jesus (Colossenses 3.17 – como se usássemos o anel de sinete do rei como reconhecimento de firma do Senhor) e nós mesmos recebemos dele um novo nome (Apocalipse 2.17; 3.5).

O nome jamais deverá ser usado como mandinga ou palavra mágica. O poder não está nas palavras dos nomes, como querem alguns, nos sons (como OM dos pagãos ou sibilantes de alguns irmãos que carregam no Jesusss para denotar maior espiritualidade), mas, sim, na Pessoa Preciosa que porta o Nome Eterno.

Nomes não são apenas palavras – são atribuições individuais que podem se tornar coletivas, quando agregadas a grupos e povos. Jesus – não só o nome, mas o Verbo Vivo que vivifica, transforma-nos e conforma-nos à sua própria imagem, mais e mais – nele temos uma identidade única e a de um povo todo que é seu.

Quanto a mim, eu descanso na certeza de que tenho ainda um nome que transcende diferenças linguísticas e nacionais – um novo nome, que DEUS (nome comum que assume propriedade quando se refere ao EU SOU) – nos atribui, pessoalmente. Um dia, conhecerei como também sou conhecida (1Coríntios 13.12b).

Eu Gosto do meu nome. E você, do seu?

Elizabeth Gomes

domingo, abril 08, 2012

UMA DO NHO LEITE


Seu Antônio Leite, junto à janela ensolarada, parecia feito de pérola sobre ossos. Cem anos! E que cem anos!

– Muito sol, aí, Nhô Leite. Senta mais aqui.

– É, leite quaia, né?

Siá Thereza não perdia uma. Nhô Leite já ia para aquele tempo em que as histórias antigas ficam novas, e contava:

– Quando era novo, trabalhando nos trilhos da Douradense, eu cumia uma panela intera de arroz com feijão. N’é mesmo, Siá Thereza?

– Não sei, num tava lá, num posso menti!

Ele havia se convertido por meio do testemunho de Seu Teixeira, e lembrava com gosto os caminhos do aprendiz de evangelista.

– Era ir daqui pra Pontunduva sem pará nem pra comê. Um pé lá outro aqui, senão virava festa, e evangelização é coisa séria. Lia Bíblia, explicava, e voltava. Não é Siá Thereza?

– Deve sê. Não é de Jesus Cristo?

Naquele dia, Nhô Leite estava especialmente falador. Contou de como havia de aproximado do Seu  Teixeira.

– Era carnaval e eu tinha ido pescá na barranca do Tietê, pegá uns chorãozinho, e, co'as mão suja, cacei uns monte de serpentina que tava no lixo. Sabe mais? Achei um Evangelho de São João meio encardido do lugá. Então pensei: num vo dexá São João no lixo. Daí, para não deixa no lixo nem de lado, fui pedi ao Seu Teixeira que me explicasse. Explicado, eu tava crente.

Depois de uns dedos de prosa, eu ia encerrar a visita com uma oração, e ouvi um "péra aí" da Siá Thereza:

– Nhô Leite tem uma afeiçãozinha proceis.

Seu Antônio se abalou da sala ao quintal, de onde voltou com uma caneca de folha, feita de uma lata de leite condensado, e dois ovos ainda quentes do ninho.

– Pra D. Bete fazê um bolo pros menino. Coisa pouca, mas de coração.

Ele mesmo rebatia a borda da lata com martelo de funileiro sobre uma ponta de trilho, ajeitava a tampa para formar a alça e afixava-a com arrebite de latão. Os ovos eram lá do galinheiro bem cuidado, galinhas caipiras de primeira, e até um garnisé capado para cuidar de ninhada. Tudo "pra num ficá de preguiça e ainda tê pra dá".

Hoje, molhando os olhos de fotografia antiga, deixei que o clarão da janela do Nhô Leite tomasse a minha alma.

– Siá Thereza sabe que é de coração...

– Sei não. Tem de sê cada dia. Até aqui tem sido.

Maturidade é isso, não importando a idade – dez, vinte, cem anos! Abraão, em idade avançada, plantou uma árvore, uma tamargueira, e invocou o nome do Senhor, o Deus eterno (Gênesis 21.33).

Wadislau Martins Gomes

COISA DE SOGRA


Estive pensando no que me leva a escrever. Sem dúvida, ideias e pessoas mexem comigo. Provocam, instigam, fazem pensar e ruminar as coisas, conduzem para longe e cavam fundo. Ideias podem ser boas ou más, inteligentes ou insossas, mas uma ideia sempre atual é a questão de relacionamentos.

Já os relacionamentos são intercâmbios entre as pessoas, e nasceram com ideias de amizade e bem-querer. Vivemos e nos movemos pelos relacionamentos com pessoas. A Pessoa de Deus – nele nos movemos e existimos, porque somos dele (At 17.28) – norteia e dá razão a todos os demais relacionamentos, sejam grandes ou pequenos. Se o relacionamento com Deus for equilibrado a ponto de vivermos para ele, e desequilibrado a ponto de ELE ser tudo – o começo, o fim e o meio – segue que nossos relacionamentos interpessoais também imitarão aquele que temos com o Criador.

Desde menina, eu queria me dar bem com as pessoas. Estar de bem, ser aceita e admirada. Isso me levou às alturas e muitas vezes me fez descer ao fundo do poço. Semana passada, estive pensando numa pessoa que caracterizou seus relacionamentos como Amarga. Estava lendo (e bebendo, ao traduzir) o livro de John Piper Doce e amarga providência – revendo a história de Rute. Três mil anos e ainda atual, a singela história trata de relacionamentos comuns e ações totalmente incomuns, singulares. A soberana providência divina permeia cada linha desta história, e provoca na gente um gosto de “quero mais”. Daí, minha nora Márcia me instigou:

– Por que você não escreve sobre o relacionamento de sogra e noras?

Minhas noras fazem dessas coisas. As duas estão entre minhas melhores amigas, e são as com quem sempre tenho bons papos. Pudera – são minhas vizinhas mais próximas, minhas confidentes, minhas motoristas. Meu genro também é um grande amigo, mas mora longe, e como sou mulher, e obviamente elas também pertencem ao gênero feminino, acatei a ideia.

Quando me casei aos dezoito anos, juntamente com Lau, Deus me deu sogros extraordinários, que me adotaram e apoiaram, como Rute da Bíblia. No caso da antepassada do rei Davi e do Rei dos Reis que viria de sua estirpe, era a nora a mulher de valor (Não insista que eu deixe você sozinha: teu Deus será meu Deus). Na história da Charles que virou Gomes, os “velhos” Wadislau e Eulina demonstraram a graça de Jesus em tudo que fizeram por mim.  Sem jogar, ganhei na loteria ao ganhar novos pais!

Contudo, Lau explica aos casais que grande porcentagem dos problemas entre casais – jovens ou mais maduros – se deve aos relacionamentos com sogros. As clássicas piadas são constantes na cultura e no cotidiano, e carregam mais que pitadas de verdade.

– O que é que você quer que eu diga, Márcia? O fato de que meus filhos fizeram escolhas nobres acima de qualquer nora ou genro que nós merecêssemos?

Quando as vizinhas de Noemi parabenizaram a antes falida e amargurada solitária pelo nascimento do neto, disseram:

Seja o SENHOR bendito, que não deixou, hoje, de te dar um neto que será teu resgatador, e seja afamado em Israel o nome deste. Ele será restaurador da tua vida e consolador da tua velhice, pois tua nora, que te ama, o deu à luz, e ela te é melhor do que sete filhos (Rt 4.14).

Meus netos não são a única razão pela qual as noras são preciosas (se bem que netos e noras nos dão muito orgulho e renovam a juventude). Os netos não são resgatadores no sentido de parente remidor da trama de Rute – não são eles que restauram nossa vida e nos consolam – quem o faz é o Descendente de Rute, Jesus Cristo – o Supremo e Único Remidor. Nós somos abençoados por ter filhos saudáveis, homens e mulher de Deus – não como os falecidos filhos de Noemi – e assim, não teríamos necessidade de uma “nora melhor do que sete filhos”. Porém, pela abundante, exagerada e pródiga graça divina, tenho duas noras e um genro tão bons quanto os lendários sete. Aí, fazendo as contas, é como se tivéssemos vinte e um filhos além das três flechas na nossa aljava – mas que exagero!

Não tenho espaço para discorrer sobre os segredos do bom relacionamento entre sogros, noras e genros, nem cunhados ou irmãos (sobre irmãos existe um livro interessante de uma autora que conheço bem...). No entanto, quero destacar três características que fizeram com que meus sogros me abençoassem no relacionamento que desenvolvemos até a morte de cada um – e quero imitar.

1)  Aceitaram-me como sou, não tentando mudar meus hábitos ou jeito. Isso foi um imenso desafio, pois eu vim de outra cultura e muito do meu jeito era contrário ao jeito deles pensar ou fazer. Uma vez que Lau declarasse ser eu a sua mulher para toda a vida, eles me acataram, e não fizeram diferença entre seus filhos e euzinha.

2) Ajudaram sem cobrar juros. Conheço muitos pais que ajudam os filhos, mas esperam algo em troca: reconhecimento, atendimento imediato, que façamos as coisas do seu jeito. Dão presentes “com cordas amarradas”. Não “Seu” Wadislau e Dona Eulina. Quando nos casamos, ainda estávamos no seminário, e eles nos ajudaram no que podiam – sacrificando até o que não podiam. Mas não puseram nada “na conta”.

3) Respeitavam o casal jovem e inexperiente e davam espaço para nossos erros, sem cobranças. Serviam ao Senhor, e viam os filhos como servos do Senhor – com o respeito de Filhos do Rei dos Reis, e a humildade do menor dos servos.

Ah, norinhas queridas – quisera imitar meus sogros sempre! Sou grata porque não é uma ogra que vocês têm de homenagear, mas uma mãe na lei, uma irmã amiga, como o nome: Amiga, da moabita que entrou na linhagem de Jesus.

Elizabeth Gomes