Porei nas nuvens o meu arco; será por sinal da
aliança entre mim e a terra. Sucederá que, quando eu trouxer nuvens sobre a
terra, e nelas aparecer o arco, então, me lembrarei da minha aliança, firmada
entre mim e vós e todos os seres viventes de toda carne; e as águas não mais se
tornarão em dilúvio para destruir toda carne. O arco estará nas nuvens;
vê-lo-ei e me lembrarei da aliança eterna entre Deus e todos os seres viventes
de toda carne que há sobre a terra Gênesis 9.13-16
Como o aspecto do arco que aparece na nuvem em
dia de chuva, assim era o resplendor em redor. Esta era a aparência da glória
do SENHOR; vendo isto, caí com o rosto em terra e ouvi a voz de quem falava.
Ezequiel 1.28
Quando Wadislau e
outros iniciaram a congregação da New
Life Fellowship em Boston, foram pintadas as cores do arco-íris para
indicar a aliança que Deus fez com seu povo. Na época, eu trabalhava prestando
assistência a pessoas portadores do vírus HIV, muitas delas envolvidas em
homossexualidade. A todos falei de Cristo e demonstrei o amor de Deus na
prática, sem abrir mão da fé no único Senhor e sua Palavra. Isso fez com que
muitos da comunidade gay estranhassem uma atuação cristã que age com crença na
Palavra Santa de Deus. Achavam que eu tinha de defender a causa GLS e
desprezavam a Bíblia que eu procurava compartilhar—mas vinham a nossa casa para
jantar conosco, contavam conosco para ajudá-los quando estavam doentes ou
precisavam recursos para sobreviver na selva de Boston e arredores.
Um dia, um cliente
disse: “Passei de carro em frente à sua igreja e vi o arco-íris. Gostei. Vocês
aceitam a gente...” Pensei com meus botões: Ele acha que o arco-íris é
aprovação da “causa gay”. Essa jamais foi nossa intenção! Como é comum a
distorção de tantas coisas pela imitação barata e profana, foi roubado o símbolo multicolorido
da graça de um Deus eterno, que fez aliança com toda a terra. Hoje em dia uma
congregação presbiteriana ortodoxa não escolhe mais o arco-íris como um logo identificador da comunidade!
Pensei em como é tênue a linha entre amar e acolher o próximo, pecador como eu,
e aceitar a perversão e o pecado do que persiste num estilo de vida longe de
Deus.
Aquele “John” jamais entrou em nossa igreja. Mas
“José” veio—não atraído por suposta inclusão, mas pela promessa de que “o que vem a mim jamais terá fome; e o que
crê em mim jamais terá sede... Todo aquele que o Pai me dá, esse virá a mim; e
o que vem a mim, de modo nenhum o lançarei fora” (João 6.35-40). José creu
em Cristo como seu Salvador; arrependeu-se de seus pecados; deixou seu parceiro
homoafetivo e seu modo de vida confuso; Wadislau o batizou e quando José professou
a fé, não foi feita nenhuma menção de homossexualidade passada—somente inclusão
como todo e qualquer irmão arrependido, chamado para participar da família de
Deus. Ao lembrar a morte desse irmão em Cristo, penso na certeza de que José
está na presença do Senhor com “vestiduras brancas” porque lavado pelo sangue
de Jesus.
Hoje vemos muita
celeuma nas redes sociais com respeito a homossexualidade—mais do que qualquer
outro pecado, este leva a espadas e tapumes entre os evangélicos brasileiros.
Infelizmente, crescem os casos que pessoas que desprezam a Palavra de Deus e
“assumem” comportamentos dos quais a Bíblia afirma: não entrarão no reino dos
céus os que tais coisas praticam. Conto na mão casos de amigas queridas cujos
companheiros (até líderes na igreja) abandonaram o casamento e foram atrás do
amor pérfido com outros homens. Alguns desses não chegaram a se casar com
mulher, mas foram “pegos”, denunciados, e expulsos de nosso meio. Entre esses,
alguns foram restaurados, mas restaram falatório constante e cicatrizes
profundas.
Parece que outros
pecados, tão sérios quanto este, não recebem a mesma importância. Uma das
tristes constatações que meu marido comentava quando conselheiro de pastores
era a grande incidência de adultérios e casamentos desfeitos em função de
infidelidade de parte daqueles que foram chamados, treinados e atuavam pastores
do rebanho de Deus. Você e eu os conhecemos, e lamentamos: “Como foi que tal e
tal caiu?” Esposas, maridos indo atrás de outros, amores distorcidos! E, muitas
vezes, as igrejas fazem vista grossa, porque fulano é muito bem preparado, ou
bem quisto, ou bem situado...
Quando Paulo escreveu sua primeira carta a uma
igreja cheia de dons e igualmente abarrotada de pecado, disse que os injustos não herdam o reino de Deus:
Ou não sabeis que os injustos não
herdarão o reino de Deus? Não vos enganeis: nem impuros (a versão ACFiel diz devassos), nem idólatras, nem adúlteros,
nem efeminados, nem sodomitas, nem ladrões, nem avarentos, nem bêbados, nem
maldizentes, nem roubadores herdarão o reino de Deus. Tais fostes alguns de
vós; mas vós vos lavastes, mas fostes santificados, mas fostes justificados em
o nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito do nosso Deus. 1Coríntios 6.9-11
Parece que além dos alardeados pecados sexuais
também estão na lista os idólatras, avarentos, ladrões, bêbados, maldizentes e
roubadores. Se pensarmos bem, nenhum de nós escapa! O realismo com esperança, característica
do ensino paulino, continua afirmando: “Tais
fostes alguns de vós, mas vos lavastes, fostes santificados, fostes
justificados em o nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito do nosso Deus”...
Oh glória! E esta não é
uma expressão de evangeliquês sem
significado, mas a esperança que lembra a glória do Senhor presenciada por
Ezequiel (1.28) e por João apóstolo, que nos faz cair com rosto em terra e
adorar diante do trono o único digno de receber glória.
Como alguém que deseja
viver a teologia bíblica na prática, não posso deixar de me compadecer das
pessoas que, em vez de viver nas garras do Leão Cordeiro, andam pelas tramas trapaceadoras e tropeçantes deste
mundo tenebroso. Debaixo do arco-íris da aliança do Deus que não pode mentir,
das promessas de quem firmou o pacto com sangue na cruz e provou a verdade com
o túmulo vazio, não posso ceder a falatórios quanto aos pecados de meus
irmãos—tenho de me revestir da justiça de Jesus Cristo e permanecer firme,
sabedora de que somente em Cristo temos condições de viver dignamente.
Elizabeth Gomes
Nenhum comentário:
Postar um comentário