sexta-feira, abril 08, 2011

PERSEGUINDO UMA POLÍTICA CRISTÃ (2)


CONFISSÃO DA CULPA NACIONAL

Wellington Meneses de Oliveira assassinou onze e feriu treze crianças, e matou um pouco mais a alma moribunda do povo brasileiro. Atroz o crime, enorme a culpa do indivíduo e da sociedade.

Cubra-se de vergonha a Pátria que mata seus filhos – e confesse sua culpa. Confesso eu, que não tenho gritado até a voz rouca contra tanta miséria e covardia nem tenho sofrido até o sangue pelos meus irmãos de solo. Confesse o sistema revolucionário brasileiro que planta a violência e espera que o povo cultive flores. Confessem governantes e legisladores cujos exemplos de imoralidades não cuidadas destroem a moral da Nação. Confessem juízes e advogados, rápidos para emitir opiniões e morosos para fazer valer a justiça e o direito. Confessem os educadores que não mais ensinam nobreza e dignidade, mas estimulam a mediocridade. Confessem os servidores públicos que abusam da posição e passam ao largo da praça do povo. Confessem os industriais e comerciantes que atravessam a Terra em busca de ouro e deixam atrás um rasto fétido de caras inutilidades. Confessem as minorias iradas e as maiorias omissas. Confessem os pais que ainda não perdemos nossos filhos e que, por isso, amanhã esqueceremos a tragédia. Confessem as religiões idólatras que pregam o diabo a quatro. Confesse a igreja evangélica que abandonou a pregação profética em nome de novidades caducas. Confesse aquele que é rebelde contra Deus e que só pensa nele quando tem de ter alguém para botar a culpa.

Perdoem-nos, ó pais e irmãos, por permitirmos que as coisas continuem desse jeito. Perdoem-nos o soluço tardio e a ira inoperante.

Perdoe-nos, ó Deus, porque vivemos no país do carnaval, desfilando fantasias de grandezas em pleno dia de cinzas!

Wadislau Martins Gomes

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